As contas são feitas por um relatório das Nações Unidas que fixa em mais de mil milhões de toneladas da comida que foi para o lixo. O documento afirma que as famílias são responsáveis por 60% deste desperdício.
O documento (Relatório do Índice de Desperdício Alimentar do Programa das Nações Unidas para o Ambiente) mostra, por exemplo, que a comida que cada família deitou no lixo teria sido suficiente, em 2022, para garantir mais de uma refeição diária a quem passou fome nesse ano.
Os analistas destacam ainda outro dado do relatório: não há grande diferença, quanto ao desperdício alimentar, entre países ricos e países pobres. Ou seja, as diferenças no desperdício alimentar 'per capita' dos agregados familiares entre países de rendimento elevado e países de rendimento mais baixo eram surpreendentemente pequenas.
Um dos co-autores do documento, Richard Swannel, sublinha que este é “um problema mundial que todos nós poderíamos resolver amanhã, seja para poupar dinheiro ou para reduzir o impacto ambiental".
Este relatório da ONU tem como objetivo acompanhar a forma como os países estão a «caminhar» para conseguir reduzir para metade o desperdício alimentar até 2030.
Os investigadores que elaboraram este documento adiantam que entre as 20 economias mais ricas e emergentes, apenas quatro países (Austrália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos), além da União Europeia, têm possibilidade de reduzir para metade, nos próximos seis anos, o desperdício alimentar.
Nunca será de mais lembrar que, neste relatório, as Nações Unidas alertam que, há dois anos, o mundo desperdiçou cerca de um quinto dos alimentos produzidos globalmente.
O mesmo é dizer que 1.050 milhões de toneladas de comida foram para o lixo.